• Where Is Winter? [missão para Alexandra Campbell e Igor Moreira]

- Michelle, se concentre um pouco mais, eu sei que você pode fazer isso. - Encorajei delicadamente a pequena menina de 12 anos enquanto ela tentava pela primeira vez uma magia ligeiramente difícil.

As aulas da manha estavam correndo normalmente e no momento eu estava verificando as novatas na biblioteca. Todas estavam estudando
seus respectivos livros, tentando algum feitiço. Michelle estava com problemas em tentar fazer um livro flutuar em linha reta até o seu lugar no topo da prateleira e quando ele caiu pela terceira vez ela quase chorou de frustração.

- Vamos Michelle, não fique assim. - Bati levemente na sua cabeça,
já que ela era bem mais baixa do que eu. - Você só precisa de pratica.

- Você só diz isso porque... - Ela parou de falar repentinamente, me olhando de boca aberta. - Alexandra?

- Eu te disse para me chamar de Alex. - Repreendi levemente. - Mas, o que foi Michelle?

- Por que você está brilhando?

"Oh droga!"

- Certo, quem certou um feitiço em mim dessa vez?!

No segundo seguinte tudo estava girando, luzes explodiram nos meus olhos enquanto eu sentia meu corpo ser esticado, apertado, encolhido, inchado,
espremido, tudo de novo e de novo. Quando finalmente passou e minha cabeça deixou de girar eu me sentei, sem lembrar de ter caído, e imediatamente comecei a me apalmar freneticamente.

- Pele branca. Sem furúnculos. Cabelo escuro. Tudo no lugar. Graças aos deuses! - Suspirei aliviada, não tive sérios danos dessa vez.

Finalmente prestei atenção ao meu redor e corei ao ver Igor próximo a mim e a deusa Deméter a nossa frente. Ela estava sentada sobre um tronco alto, com as pernas cruzadas e uma expressão angustiada no rosto. Galhos e caules de flores pareciam se curvar na sua direção, como se quisessem consolar a deusa a quem serviam. Imediatamente me levantei e fiz uma mensura para a deusa.

- Milady.

Spoiler:

Igor me imitou, curvando perante a grande deusa e logo em seguida de provocou levemente. Tinha uma ou duas palavras escolhidas para responder-lhe na ponta da lingua, mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ele levantou o assunto de Despoina. Eu estava ciente da crise de Gaia cada vez mas grave e escutei atentamente o discurso da deusa sentindo meu coração encolher dentro do peito. Desde que tomei conhecimento de que eu era uma semideusa eu li tudo que pude sobre mitologia e conhecia muito bem a história de Despoina. 

- Preciso que tragam Despoina de volta ao Olimpo, aos meus braços no prazo de 2 semanas ou menos. - Continuou a deusa. - Convençam-na de que não vale a pena. Eu sei que vocês devem pensar que será difícil controlar uma deusa, porém eu lhes entregarei uma pequena ajuda. 

A deusa deslisou seus longos dedos para a nuca e soltou um colar escuro que descansava em seu pescoço. Ela o estendeu em minha direção e ele viajou suavemente pelo ar até minhas mãos e eu examinei por um momento. Apesar do estilo vitoriano ele não tinha o classico perfil feminino estampado no pingente e sim uma pedra negra oval. Estranhamente me pareceu um joia do gosto de Despoina, como um presente.

Com cuidado segurei delicadamente contra o peito, sentindo a determinação borbulhar dentro de mim. Familia era a primeira e mais importante palavra do meu dicionário e eu faria de tudo para cumprir a minha missão. Não decepcionaria a deusa que estava deixando seu orgulho de lado para nos pedir isso.

- Quando encontrarem Despoina, entreguem este colar a ela. O resto acontecerá naturalmente. - Deméter explicou e em seguida pareceu refletir por alguns segundos. - Vocês deverão iniciar a jornada no Canadá que esta sendo a principal base de Gaia ultimamente, porém, desejo que investiguem todo o norte dos Estados Unidos pelas duvidas entendido? Boa Sorte. Próxima parada: Ottawa. 

Com um estralar dos dedos elegantes da deusa a sensação de ser batido em um liquidificador voltou. Mais preparada dessa vez eu mantive a calma e procurei conter os protestos veementes do meu estomago a sensação. Quando ela passou eu me vi ao lado de Igor no meio de uma praça, minhas armas estavam presas em seus devidos lugarem e Moon, assim como os companheiros de Igor, estavam junto a nós.

- Eu acho que nunca vou me acostumar com isso. - Resmunguei, me apoiando no estrategista por um momento. O movimento fez fez o colar negro, antes em minhas mãos, balançar no meu pescoço. Bem, ao menos eu não corria o risco de perde-lo. - O que faremos agora?

- Procurar. - Ele respondeu, meio divertido com o meu estado. Eu frazi a testa para ele. - Estando no território de Gaia então é possivel que os problemas no achem de qualquer forna.

- Como sempre. - Suspirei e acariciei o pelo macio de Moonlight, que rosnou em resposta. Eu estranhei a reação, que foi acompanhada por um som identico dos outros animais. - O que foi garota?

- As crianças essssstão perdidas?

Duas mulheres se aproximaram de nós e repentinamento o ambiente pareceu mais vazio, como se instintivamente as pessoas saisem do caminho. Por um momento elas pareceram duas jogadoras de rokey, o que era compreencovel com uma pista de gelo no parque, porem sua imagem tremulou. O taco e o capacete deram lugar a um chicote e um escudo em suas mãos e suas pernas vivaram caudas duplas de cobra.

- Deveriamosss manda-lasss para sssseu devido lugar então. Não accccha irmã? - A segunda mulher cobra perguntou, projetando sua lingua para fora enquanto falava.

- Sssssim, para o submundo, onde ossss bonsss ssssemideusssessss ficam. - Concordou a outra.

- Dracaenas? Seriamente. - Zombei enquanto puxava meu bracelete, transformando-o em uma espada prateada. - Isso não deve durar muito... A da esquerda é minha ok Igor? Vamos Moon!

Deixei Moonlight avançar na minha frente e ataquei em seguida, numa estrategia classica. Atacando o monstro enquanto meu lobo a distraia com suas mordidas.

Spoiler:

Minha mão envolveu firmemente o cabo da espada e eu me pus em posição novamente. Meu rosto latejava, mas eu sabia que meu nariz não estava partido, pois não havia sangue. Xinguei mentalmente a cobra mutante, aquela tinha um pouco mais de cérebro do que as que eu enfrentara anteriormente. Moonlight a atacava sozinha no momento, distraindo a mulher-cobra enquanto eu estava vulneravel, então retribui o favor.

Avançando, dessa vez sem entusiasmo ou arrogancia e sim determinada e com um pouco de raiva, desferi golpes contra ela, cortando e estocando com a espada para no momento seguinte recuar, desviando do chicote, quase numa dança. Uma, duas vezes eu tentei uma abertura e consegui apenas chocar minha espada contra o seu escudo, meu braço tremia com a força do choque sem se cansar, graças a horas de treinamento. Na terceira vez finalmente consegui bloquear seu chicote com a espada por tem suficiente para acerta-la de frente, joguei meu ombro com toda minha força contra seu peito. Num sincronismo perfeito Moon fincou os dentes em uma de suas caudas, tirando o que restava do seu equilibrio e jogando-a fortemente contra o chão.

Aproveitando a oportunidade, ataco novamente com a espada em punho, junto com minha companheira, enquanto a Dracaena estava atordoada. Apenas um corte, apenas um para esse monstro virar pó!

Spoiler:

Igor e eu nos entreolhamos com a mesma certeza: aquela era Despoina e ela sabia que estavamos atrás dela. No meu pescoço eu senti o colar de Lady Deméter ficar mais quente em contraste com o súbito vento frio que nos açoitou. No entanto o som que ouvimos a seguir foi tão ou mais surpreendente do que a risada debochada da deusa. Um enorme, gigantesco, cão invernal veio correndo em nossa direção com os olhos injetados de vermelho com a sua sede de sangue.

Seu pelo era grosso e espesso como agulhas de pinheiro e seus lábios caídos estavam repuxados sobre os dentes do tamanho de adagas num rosnado permanente. Sua saliva escorria em abundancia e pingava no asfalto enquanto ele corria em nossa direção com a unica intenção de estripar nossos corpos sem vida. Minha mão voou para o pelo se Moonlight sem minha permissão, aquele animal era duas, três vezes maior que ela!

Sabendo que essa seria uma luta muito mais dura rapidamente transformei minha espada novamente em um bracelete e puxei minha lança das costas. A arma longa em si me dava uma vantagem e somada a facilidade magica que eu possuía com ela eu teria uma chance maior de vitória. Murmurando 'Sarisco' por sobre a respiração senti a magia familiar envolver meu corpo, aliviando o latejar intenso no meu rosto, e me pus em posição de ataque.

- Moon, não pare por um segundo. - Avisei, já sabendo a velocidade assombrosa do monstro. Hesitar por um momento poderia custar sua vida.

Afastei os pés, plantando-os no chão e me preparei para correr se necessário.

Spoiler: